Neste sábado, 18, véspera do Dia da Defensoria Pública, uma história de amor e laços familiares fortes chamou a atenção no itinerante realizado na Escola Dom Giocondo Maria Grotti. Marco Antônio Silva e Maria Mariana Campos compartilharam a sua jornada em busca de reconhecimento legal para o vínculo afetivo que une Marco Antônio e Júlia, a filha de Maria.
Aos 53 anos, Marco Antônio abraça com orgulho o papel de pai para a jovem Júlia, que conheceu quando ela tinha apenas 9 anos. Apesar de não ser o pai biológico, ele sempre a criou como sua própria filha. “Ela é minha filha”, ele enfatiza com carinho. Aos 36 anos, Maria Mariana destaca a presença constante e o apoio incondicional que Marco Antônio sempre ofereceu na vida de Júlia.
O desejo de oficializar esse vínculo socioafetivo os trouxe à Defensoria Pública. “Nós passamos um tempo separados, voltamos. Aí foi quando eu conheci a Júlia, e ela me perguntou se podia me chamar de pai. Como eu sempre quis ter uma filha, eu falei, pode”, relembra Marco Antônio. E assim, começou uma relação que transcende os laços sanguíneos, baseada no amor e no cuidado mútuo.
Para Maria Mariana, a iniciativa de buscar ajuda na Defensoria Pública foi natural. “É uma relação de pai e filha mesmo, entendeu? É aquela coisa bonita que você vê, ele tá sempre presente, faz de tudo, é escola, é saúde, é tudo na vida dela mesmo, ele tá presente”, ela compartilha com gratidão.
O defensor público que atendeu a família, Cássio de Holanda Tavares, destacou a relevância do caso. “Este é um exemplo de família socioafetiva, onde já existe um vínculo emocional profundo. Um homem deseja reconhecer a paternidade socioafetiva de uma criança de 12 anos, vínculo que se desenvolveu ao longo de poucos anos. Desde que a criança tinha nove anos, ele a tem tratado como filha. Agora, ele pretende ingressar judicialmente para formalizar essa paternidade e obter mais legitimidade perante a lei e a sociedade.”
Ao conversar com Marco Antônio e Maria Mariana, é impossível não ser tocado pela genuinidade e pelo calor humano que emanam de sua história. Enquanto se preparam para dar o próximo passo legal em sua jornada, eles nos lembram do poder do amor e da família, que muitas vezes vai além dos laços de sangue.
O momento culminante da entrevista foi marcado por uma simples solicitação do jornalista: uma foto da família. Com sorrisos sinceros e olhos cheios de ternura, Marco Antônio, Maria Mariana e Júlia posaram juntos, celebrando o amor que os une e os laços que os tornam uma família.
Esta é apenas uma história entre muitas que a Defensoria Pública do Estado do Acre tem o privilégio de testemunhar e apoiar. É um lembrete poderoso de que o papel da instituição vai além do aspecto legal; trata-se de proporcionar justiça, dignidade e apoio às famílias em todas as formas e tamanhos.